Sai pela porta, mas deixa sempre uma janela aberta.
Apressa o passo. Pula umas pedras pelo caminho e vai. Um sorriso aberto
feito sol de verão que inaugura o dia. Lembra da menina que era ainda em
outras primaveras. Quem inaugurava agora, era ela. Estampa o rosto de
mudança. Percebe o tamanho das pernas. Prontas para pular. Agora
abismos. Essa era sua especialidade. Pulos. Sempre em frente. Depois de
muito tempo, ela agora sabia bem onde queria chegar.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Provavelmente as coisas mudariam com o
tempo, com o passar de cada dia, aqueles longos, compridos, esticados
num relógio feito para esmagar a paciência de quem chora, sim, as coisas
ficariam bem. Tudo ficaria organizado, como meias colocadas na gaveta,
como roupas separadas por cores, como chuva com hora certa para chover,
mês certo para ir embora. Mas, quem é que disse que o coração sabe
esperar pelo tempo? Coração desconhece lugar, não conta noites nem
estações. Coração dispensa até mesmo o óbvio por que é imediatista.
Coração precisa de nuvem pra chover em tempo de seca e não quer esperar o
horário do tempo marcado. Precisa de doçura que antecipe a doçura que
está por vir. Quer lenços que sequem as lágrimas que ainda nem se quer
molharam o rosto. Coração é impaciência, desespero, tem medo do medo.
Provavelmente, sim, é claro que as coisas mudariam com o tempo, com o
passar de cada dia, mas ela queria a cura pra ontem.
Camila Heloíse
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